2007/05/26

A Marca Portugal

Construir uma "marca" de um país não é o mesmo que construir uma marca de um produto. Leslie de Chernatony na sua pesquisa sobre a construção estratégica de uma marca alerta-nos para uma realidade muito importante. Antes de mais é preciso que a organização e os seus stakeholders percebam e adiram à visão e valores da marca, porque são eles os maiores representantes da marca para os vários públicos.


E Portugal ainda se encontra num estágio anterior a este, porque antes de mais precisa de "convencer" os seus cidadãos (stakeholders) que Portugal é um país do qual nos devemos orgulhar com potencialidades e principalmente que pode superar os nossos parceiros europeus em vários sectores.


Podemos ver vários exemplos pelo mundo, mas dois exemplos que citaria por nos serem mais próximos quer em termos económicos quer culturais, são sem dúvida a Espanha e o Brasil que ganharam força externa através da força interna (da protecção e valorização do que é feito lá dentro).


E como é que se ganha esta força interna? É um trabalho extenso mas que passa sobretudo por aumentar a auto-estima de ser português, e acabar com o "lá fora é que é".


Sendo a televisão um meio priveligiado de passar mensagens então uma das sugestões é sem dúvida dar menos tempo de antena a estas personagens, que apenas servem para nos envergonhar, e para fazer rir do ridículo.


Quem é que gosta de ter um chefe incompetente? Os líderes devem promover as boas práticas e não as piores.


Esta discussão do que deve ser a marca Portugal tem episódios engraçados, nomeadamente aqueles protagonizados por um senhor chamado Carlos Coelho que dá bitaites sobre tudo que fale de "marca". Mas ele esquece-se que não estamos a falar de detergentes ou de Compal Fresh e o Identity mix é capaz de ser o menos relevante.

Sem comentários: